Um jardim chamado Aldir Blanc, homenagem do Rio a um dos maiores compositores deste país

Autor de sucessos como “O bêbado e a equilibrista” e “Dois pra lá, dois pra cá” , eternizados na voz de Elis Regina,  Aldir Blanc morreu há três anos, vítima da Covid-19, e agora virou um lindo Jardim na avenida Maracanã, no Rio.

 

Por Silvia Pereira / Fotos: Fábio Motta

A Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Conservação, da Fundação Parques e Jardins e da Subprefeitura da Grande Tijuca, inaugurou, nesta quinta-feira (4/5), o Jardim Aldir Blanc, uma homenagem ao compositor, que viveu na Tijuca por quatro décadas.

A data escolhida não foi por acaso: neste 4 de maio de 2023 se completam três anos da morte do autor de sucessos como “O bêbado e a equilibrista” e “Dois pra lá, dois pra cá”. Situado na esquina da Avenida Maracanã com a Rua Marechal Trompowski, o espaço tem ainda uma escultura do artista.

– Aldir é um grande poeta do Rio de Janeiro, uma figura muito representativa, que morreu de Covid naquele momento em que a cultura mais sofreu no Brasil. Fazer essa homenagem é justo, porque deixa viva a memória do Aldir. Como representante dos cariocas, o que posso dizer para a família e os amigos é muito obrigado pelo Aldir ter vivido aqui
como um grande carioca e ter feito tanto por essa cidade e por esse país – afirmou o prefeito Eduardo Paes.

Viúva de Aldir, Mary Lúcia de Sá Freire, acompanhada de filhos, netos e bisneto, fez um discurso emocionado, em que lembrou a trajetória do marido. Lamentou que as pessoas que foram vítimas da covid-19 não puderam ter velório e enterro com público para evitar a disseminação do vírus. Por isso, a homenagem agora recebida, de certa forma, representou a despedida que não pôde ser feita.

– O Aldir merece essa homenagem por toda a sua obra. É muito emocionante e representativo para todos nós da família. É
significativo fazer esta homenagem hoje, com uma grande festa, como se fosse uma despedida, que nem nós e nem milhares de famílias brasileiras pudemos fazer – destacou Mary.

Assinado pelo artista Mello Menezes, o monumento é composto por um totem em concreto, que remete a folhas, no qual estão uma figura de Aldir Blanc e uma placa com texto assinado pelo jornalista Luís
Pimentel. A obra, executada sob a supervisão da Gerência de Monumentos e Chafarizes, vinculada à Secretaria Municipal de Conservação, teve um investimento de R$ 168 mil. No entorno, foram feitos serviços de manutenção, como reparo em guarda-corpo e concretagem da área onde foi instalada a escultura.

– Aldir foi um dos maiores cronistas e compositores brasileiros, que viveu grande parte da sua vida na Rua Garibaldi. Era o maior frequentador do extinto e saudoso Bar da Dona Maria, aqui na esquina. Então, nada mais justo do que fazer uma homenagem dando o nome de Jardim Aldir Blanc, na beira do Rio Maracanã, que ele tanto cantou -disse o subprefeito da Grande Tijuca, Felipe Quintans.

Ao final do evento, os amigos Moacyr Luz e Moyséis Marques apresentaram a canção inédita “4 de Maio”, para celebrar o parceiro Aldir Blanc. Neste momento, amigos e familiares jogaram pétalas de rosas brancas junto ao monumento e no leito do Rio Maracanã.

– O Aldir era plural, um cara com uma obra maravilhosa, que foi feita para o Rio de Janeiro. Era uma pessoa extraordinária, muito dedicada ao trabalho. Morei 23 anos nesta rua com ele, cada pedaço deste asfalto da
Tijuca é um pouco do Aldir Blanc – afirmou Moacyr Luz.

Letrista, compositor, cronista e médico, Aldir Blanc é considerado um dos grandes nomes da música brasileira. Em 50 anos de atividade, foi autor de mais de 600 canções. Blanc teve inúmeros parceiros de composições em sua carreira, destacando-se João Bosco, Guinga, Moacyr Luz, Cristóvão Bastos, Maurício Tapajós e Carlos Lyra. Blanc também
escreveu colunas em publicações como as revistas O Pasquim e Bundas e os jornais O Globo, Jornal do Brasil e O Dia.

Aldir Bamc foto
Aldir Blanc busto
Aldir Placa
Aldir Bamc foto Aldir Blanc busto Aldir Placa

 

 

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