Secretaria da Juventude do Rio lança, em Madureira, projeto para auxiliar jovens com Síndrome de Down a se inserir no mercado de trabalho

Fotos: Laryssa Lomenha/JUVRio

Da Redação | 21/03/2023 22:29h

Iniciativa faz parte de parceria com a Unesco, que financia jovens bolsistas para idealizarem ações que beneficiem a sociedade

Um curso que prepara jovens com síndrome de Down para se inserir no mercado de trabalho, fazendo com que eles criem autonomia e mostrem o potencial do seu talento. Esse é o objetivo do projeto “Tô navegando”, lançado hoje (21/03), pela Secretaria Especial da Juventude Carioca (JUVRio), em Madureira.

O projeto é resultado de uma parceria da JUVRio com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco): o “Pacto Pela Juventude” (PPJ), que concede bolsas de estudo a jovens de comunidades cariocas para, durante sete meses, pesquisarem e multiplicarem ações de cidadania.

“O Pacto Pela Juventude foi criado para formar jovens líderes que possam transformar a realidade da sua região. Estamos quase encerrando o primeiro ciclo e começam a aparecer as primeiras iniciativas. Uma delas é o Tô Navegando, que é fruto de muito trabalho dos jovens do núcleo de Madureira, voltado para outros jovens com Síndrome de Down”, afirmou o secretário da Juventude, Salvino Oliveira Barbosa.

Salvino destaca a importância e o impacto social que, segundo ele, “olha para um público que, historicamente, é muito invisibilizado”. O objetivo, afirmou, é que o projeto “extrapole os muros do Pacto Pela Juventude para dar vez e voz a jovens de favelas e periferias”.

Em Madureira, os bolsistas desenvolveram o “Tô Navegando”, que passará a funcionar de forma regular no futuro Espaço da Juventude de Madureira, que ainda será inaugurado, um ambiente totalmente tecnológico voltado para a capacitação na Indústria 4.0. A JUVRio já possui unidades do Espaço no Estácio, Cidade de Deus e Vigário Geral.

Para os jovens estudantes, o Pacto Pela Juventude é uma oportunidade de desenvolver soluções para questões sociais locais a partir de suas vivências. A experiência pessoal de uma das integrantes do PPJ foi fundamental para definir os objetivos do grupo.

“Tenho uma irmã com síndrome de Down e, ano passado, foi o último ano do Ensino Médio dela. Então surgiu uma preocupação sobre o que ela faria quando acabasse. Na fase de criação de projetos do Pacto Pela Juventude eu dei essa ideia de fazermos uma capacitação para jovens com síndrome de down. Eles inseriram a parte de tecnologia e de capacitação para o mercado de trabalho”, explicou Hellen Romualdo, de 18 anos.

De acordo com o Censo IBGE de 2010, mais de 45,6 milhões de brasileiros declaram ter alguma deficiência, o que representa 23,9% da população. Não há dados específicos sobre Síndrome de Down, mas 2,6 milhões de pessoas possuem algum tipo de deficiência intelectual. E se inserir no mercado de trabalho representa um enorme desafio para elas.

“É um projeto muito importante. Tanto para eles, que têm Down, quanto para nós, da família, para incentivá-los a estar no mundo atual, da tecnologia. Minha sobrinha, por exemplo, tem 21 anos e ama artes, música. É importante para eles se sentirem incluídos, importantes dentro da sociedade”, afirmou Maria Antônia da Costa Celestino, moradora de Braz de Pina e tia da Maria Clara Celestino Gonçalves.

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