Nigéria, a maior nação negra do mundo, recebe historiadora brasileira Carolina Morais, para firmar intercâmbio entre Brasil e África

 

 

 

Por Silvia Pereira / Fotos: Divulgação

A historiadora brasileira Carolina Morais, cofundadora da The African Pride foi recebida pelo presidente da Nigéria, Bola Tinunbu, na última sexta-feira, dia 11 de agosto em Abuja, na capital do país.

A historiadora integra uma comitiva junto com o marido Ajoyemi Osunleye e o professor Wale Adeniran,  que é o Comitê Executivo do projeto Heritage Voyage of Return, que em tradução livre significa Viagem Patrimonial de Retorno, desenhado inicialmente pelo prêmio Nobel Wole Soyinka.

O encontro teve como objetivo difundir o projeto  diáspora para povos afrodescendentes terem livre acesso com seu continente de origem, a África.

Isso porque,  no continente americano, o Brasil foi o país que mais importou escravos africanos, gerando hoje no país sua maior concentração de afrodescendentes. onde vivem pelo menos 105 milhões de pessoas (metade da população brasileira) que se identificam como negras ou pardas.

Entre os séculos XVI e meados do XIX, foram trazidos cerca de 4 milhões de homens, mulheres e crianças, o equivalente a mais de um terço de todo comércio negreiro. Uma contabilidade que não é exatamente para ser comemorada.

Esse projeto prevê a realização de um cruzeiro que será o primeiro a atravessar o Atlântico tendo como destino os portos de saída de escravizados para as Américas. A ideia é que os afrodescendentes sejam celebrados em cada um desses pontos, tornando novos portões de entrada, reconciliação e desenvolvimento entre Brasil e África.

O projeto foi recebido com entusiasmo pelo presidente da Nigéria, que afirmou seu apoio quanto a importância de estreitar as relações com o Brasil.

Um momento de sinergia que contou com a participação do vice presidente da nação e e dois senadores da república, que celebraram a conexão Brasil – Nigéria.

Para o casal que foi eleito pela MIPAD /Onu como Powerfull Couple of the Year, Ajoyemi e Carolina, ter o respaldo do presidente da maior nação negra da terra neste projeto é substancial.

Segundo  Ajoyemi Osunleye: “Nenhum de nós estava aqui quando começou o processo desumano de escravização, mas estamos aqui agora para reescrever um novo capítulo na história, onde a diáspora terá seu retorno celebrado em África.”

De acordo com professor  Wale Adeniran. “são inegáveis os benefícios econômicos que o Nigéria e Brasil alcançaram através desse projeto, aumentando o potencial de crescimento conjunto entre as nações que lideram o PIB de seus respectivos continentes”.

Já para Carolina Morais, foi um momento determinante para celebrar essa fusão de interesses comerciais e culturais, que unem povos coirmãos: “Saber que o portão que serviu no passado de separação, hoje representa uma porta de entrada para nos receber, nós africanos nascidos fora de África, é um ato carregado de simbologia desse significado que representa uma verdadeira quebra de paradigma histórica. Nossos ancestrais pavimentaram esse caminho e o momento junto ao novo governo federal tanto no Brasil, com presidente Lula, como na Nigéria com presidente Tinunbu, é a hora exata para restabelecer as relações entre África e Brasil, movimento esse no  qual a população afro descendente tem um papel determinante a cumprir.”

Planejado para acontecer em 2024, o Cruzeiro Heritage Voyage of Return partirá do Rio de Janeiro e o destino final será a cidade Lagos, na Nigéria.

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