A Alerj recebe a Arte Tribal que incentiva o ensino da Cultura Africana e Afrobrasileira nas escolas do Rio

Arte Tribal

Tribal palácio Tiradentes
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Da Redação 8K / Fotos : Júlia Passos

Publicado em: 16 de julho de 2024 às 22:06

 

Obras foram criadas por civilizações do continente africano entre os séculos XVII e XX.

O Palácio Tiradentes, sede histórica da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), inaugurou nesta segunda-feira (15/07) a exposição “Arte Tribal Africana” do escritor e colecionador Maciel de Aguiar. Também foi aberta a mostra “Africanidades”, projeto realizado em uma escola pública do município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ambas as exposições são abertas ao público e ficarão em cartaz até o dia 09 de agosto.

“É uma honra abrir as portas do Palácio Tiradentes para receber duas exposições tão representativas. A Alerj tem o compromisso com a cultura, aproximando a população da trajetória do Legislativo e também de exposições que fazem parte da história do Estado do Rio de Janeiro”, declarou a subdiretora de Cultura da Alerj, Fernanda Figueiredo.

O subsecretário de Turismo do Estado do Rio de Janeiro, Nilo Sérgio Félix, destacou a importância do setor de cultura para a movimentação turística no estado e a geração de empregos. “Eu sempre digo que esporte e cultura movimentam o turismo. Esse é um evento que torna a possibilidade de conhecerem esse lado cultural da África, com as esculturas e máscaras expostas no Palácio Tiradentes”, disse.

Exposição com obras raras

A exposição “Arte Tribal Africana” conta com cerca de 100 obras raras, criadas por civilizações do continente africano entre os séculos XVII e XX. Elas fazem parte do acervo de quase quatro mil peças do ÁfricaBrasil Museu Intercontinental, localizado na cidade de São Mateus, no Espírito Santo. A exposição propõe uma imersão nesta milenar cultura, que influencia o Brasil e o mundo.

Instalado no Porto de São Mateus, ao norte do estado do Espírito Santo, o ÁfricaBrasil Museu Intercontinental nasceu da orientação intelectual do antropólogo Darcy Ribeiro, que defendia a criação de um espaço que pudesse congregar e difundir a arte tribal africana e estudar o processo escravocrata em nosso País. Foi criado e gerido com recursos privados, após 35 anos de pesquisa, doação de colecionadores e de estudiosos.

Segundo o colecionador Aguiar, compreende-se, mesmo os que possuem o mínimo de entendimento da História Universal, que a milenar África não apenas cedeu a força muscular de mulheres e homens levados de suas tribos para construir a riqueza de várias nações, mas também para uma gama de conhecimentos, tradições e culturas que compõem o extraordinário legado de um povo tolerante, inventivo e criativo.

Representado o curador, o diretor-geral da exposição, Adriano Queiroz, destacou a importância das duas exposições para a população. “A partir dessas exposições, que se comunicam, a gente dá um primeiro passo em cumprimento da Lei de Ensino de História e Cultura Africana e Afrobrasileira nas escolas”, comentou.

Transformação nas escolas

Os visitantes que forem ao Palácio Tiradentes também poderão conhecer a exposição “Africanidades”, que ocupa os corredores do terceiro andar do edifício. A mostra fotográfica é fruto do projeto de mesmo nome realizado no CIEP 201 Aarão Steinbruch, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, com o objetivo de combater a violência racial na escola há 17 anos.

“É um grande prazer estarmos ocupando esse espaço, que também nos pertence, um espaço de importância histórica”, comentou a produtora executiva da exposição, Daíses Santos, destacando que as atividades em sala de aula, de debates e trocas de experiências, reforçam a importância do cumprimento da Lei 10.639/03, que prevê o ensino da história e cultura afrobrasileira e africana nas escolas.

Uma das alunas da escola, Gabriele Marinho, de 16 anos, destacou a relevância do projeto para o autorreconhecimento da população jovem preta. “Esse é um projeto que trabalha a pauta da negritude durante todo o ano, não só no Dia da Consciência Negra. Auxilia os estudantes a reconhecer sua própria identidade. Através do Africanidades, eu pude me enxergar como uma pessoa negra”, disse.

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